domingo, 30 de setembro de 2012

Resgate de arte Naif recebe mais de 500 visitantes


Ao lado de cada obra está a história dos pintores
O Museu de Arte Contemporânea de Campinas recebeu mais de 500 visitas desde o dia 13 de setembro, quando abriu a exposição “Futebol do Brasil Naif”, trazida do acervo nacional do MIAN (Museu Internacional de Arte Naif do Brasil), no Rio de Janeiro.

Dividida em três ambientes, a coletânea reúne 34 obras futebolísticas de pintores Naifs brasileiros, que retrataram a sua paixão pelo futebol e o impacto deste esporte em suas vidas e na sociedade brasileira. As pinturas datam de 1970 a 2006, muitas produzidas por pessoas que jamais chegaram a estudar arte ou a aprender técnicas.
"Pelé, Obrigado Você é 1000" de Mabel Machado, 2001

Além do futebol, a arte Naif também expressava o samba através dos quadros do sambista e artista plástico, Aluízio Jeremias, e cenas do cotidiano, resgatadas do acervo de artes de Campinas. “O que mais chama atenção na arte Naif, é que ela é antiga e simples, os artistas não precisam de preparos ou conhecimentos de técnicas para produzir”, contou a estudante de artes visuais, Veridiana Gasmenga, uma das responsáveis pela exposição. 


Esta é a última semana das exposições no MACC, uma oportunidade para ver a história do futebol brasileiro expressa em tinta pelo olhar de artistas que vivenciaram a época.


Serviço

Exposição: O Brasil do Futebol Naïf
Local: Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) “José Pancetti”. Av. Benjamin Constant, 1633, Centro. (19) 2116-0346 ou 3236-4716
Data: de 13 de setembro a 7 de outubro
Horário: de terça a sexta, das 9 às 17 horas; sábado, das 9 às 16 horas; domingo, das 9 às 13 horas
Entrada: gratuita


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Conheça mais produções da Arte Naif

Ou, assista o vídeo sobre a Arte Naif no Brasil

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Reencantar

Redigido em junho de 2012 por Jéssica Bueno

Com a era da globalização e da comunicação acelerada, criou-se quase imperceptivelmente um novo estilo de vida. Aquele em que homens e mulheres, em sua maioria, saem para trabalhar cedo e voltam cansados no fim da tarde, cansados de garantir o sustento de seu consumo exagerado.

Estamos em um período em que as pessoas não se preocupam apenas em sustentar a família e garantir a educação de seus filhos, elas se preocupam também, e algumas até mais, em ter dinheiro para possuir mais bens materiais. O sucesso profissional deixou de estar fortemente ligado a realizações pessoais e passou a ser fundamental para o ter.

O século XXI é momento em que o ser se equivale ao que se possui. Uma pessoa não é mais feia ou bonita, rica ou pobre, simpática ou chata, ela é, sim, Nike ou Adidas, Microsoft ou Apple, Ibiza ou Passarela, Marisa ou Zara.

E se os valores de caráter e personalidade já estão sendo sobrepostos por produtos e conteúdo de postagens em redes sociais, o que dirá o papel da religião na vida nos indivíduos. A espiritualidade é a essência das crenças, é o que caracteriza, pelo menos em partes, a conduta de um ser pensante. É a sua capacidade ou necessidade de crer em algo além do físico e visível.

Entretanto, essa capacidade de acreditar em imateriais está se perdendo ao passo em que a população se torna cada vez mais prática, deixando ao mundo, às culturas e à história a sensação de desencantamento. Porque não existe beleza em precisar comprar uma mercadoria para se sentir bem consigo mesmo.

Ademais, a falta de encanto na vida da população do século da tecnologia já se reflete nos polêmicos problemas de saúde que passaram a se tornar cada vez mais freqüentes na população, como depressão e o câncer, isso sem contar os problemas ambientais que se apresentam cada vez mais catastróficos.

Diante disso, vale a pena se pensar em reencantar a vida, em mudar os hábitos nocivos e em voltar a crer em valores que não são visíveis, em poderes que ultrapassam o racional. Talvez a resposta seja, como disseram alguns personagens de Raphael Draccon, em Dragões de Éter, fechar os olhos e sonhar.