Artigo realizado como freelancer.
Por Jéssica Bueno
São inúmeras
as reportagens que falam sobre o meio ambiente, assim como este é um assunto
bastante pautado nas escolas e defendido por organizações e instituições. Um
exemplo da importância do tema foi a Rio+20, que juntou diversos países para
retomar uma discussão iniciada em 1992.
Mas se este é
um assunto bastante discutido, então por que aparecem mais problemas do que
soluções? Na realidade, existem soluções e muitos programas sustentáveis ativos.
Contudo, nem sempre os projetos conseguem acompanhar o desenvolvimento urbano
desenfreado, bem como a discrepância das atitudes humanas ao degradar a
natureza para atender as suas necessidades industriais.
De acordo com o
Ministério do Meio Ambiente, as florestas naturais correspondem a cerca de 61%
do território brasileiro, distribuídas em seis tipos de biomas com
características particulares. Dentre as mais importantes estão a Amazônia,
ocupando em média 354,7 milhões de hectares, o Cerrado, ocupando 66,4 milhões
de hectares, aproximadamente, e a Caatinga, abrangendo quase 47 milhões de
hectares. A Mata Atlântica, apesar de ocupar apenas 13% do território – não
esquecendo que este número reflete o grande desmatamento que a floresta sofreu,
cerca de 900 mil km² destruído –, tem um papel importante na economia, por
abrigar as espécies vegetais mais visadas comercialmente.
Tendo em vista
que cada uma dessas florestas, mesmo as menores como o Pantanal e o Pampa,
desempenham importantes papéis sociais, econômicos e ambientais, é possível
compreender a importância de se estabelecer uma relação não prejudicial entre
as necessidades humanas dos recursos naturais e os limites do meio ambiente.
Pensando
nisso, a inPEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) desenvolveu
o projeto Campo Limpo que trabalha na coleta de embalagens plásticas de
agrotóxicos em todo o país e cuida do encaminhamento correto do material
coletado. O trabalho do instituto, que tem o apoio de diversas organizações e
empresas do agronegócio, já rendeu ao Brasil o título de líder em
direcionamento correto do lixo agrícola.
Um estudo
realizado pela Fundação Espaço Eco, sobre os benefícios gerados pelo Sistema
Campo Limpo, revelou que o país destinou 94% das embalagens, que foram usadas
na agricultura, corretamente. O segundo país que melhor realizou esta ação foi
a França, encaminhando 77% de seu lixo agrícola.
Considerando
que o número de áreas plantadas no Brasil corresponde a 6,8 milhões de hectares
e que o país é referência mundial em agronegócio, estes são dados de que os
brasileiros possam se orgulhar. Entretanto, ainda há muitos outros aspectos
ambientes para se levar em conta sobre a situação da biodiversidade. Um ponto
importante é a questão dos recursos hídricos.
Assim como o desmatamento
e a caça inadequada podem desestruturar os ecossistemas, a seca, a poluição e o
uso inadequado da água geram impactos permanentes no meio ambiente. Estima-se
que cerca de 80% das doenças e 30% dos óbitos no mundo são causados por águas
poluídas.
Recentemente,
a Fundação SOS Mata Atlântica percorreu 11 estados brasileiros para avaliar a
qualidade da água em 49 corpos d’água, e classificou como regular 75,5% dos
corpos analisados e 24,5% como ruim. Segundo o estudo, o curso d’água que
apresentou melhor qualidade foi o da Bica da Marina, no Rio de Janeiro, e o
mais poluído é o Criciúma, em Santa Catarina. Isso tudo sem contar o rio Tietê.
Entre as fontes poluidoras mais significativas estão as de origem industrial,
doméstica e agropecuária.
A cada ano a
situação do meio ambiente no Brasil e no mundo, se torna alarmante. É mais do
que falta de consciência ou falta de educação ambiental, é o desrespeito à
vida. Centenas de animais já entraram em extinção, como o mico-leão-dourado e
até a onça-pintada, assim como muitas espécies vegetais, apenas porque os seres
humanos queriam comercializar. A hora de discutir sobre a recuperação do que
foi destruído já passou, agora é o momento de se pensar no que é prioridade
para que o planeta Terra continue habitável. E o Brasil, como referência
mundial em biodiversidade, tem um papel importante nesse cenário.
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